Quando a rosa se despedaçou e ela foi embora, ele percebera que não havia mais saída, pois já se transformara em f-era. Sua bela não habitava mais o seu casarão. Enquanto ela falava, palavras e instantes eram recordados ao mesmo tempo em que os pedaços das pétalas caíam no chão e então percebera que estava despedaçado. Tudo estava perdido, a sua felicidade fora embora junto com o perfume dela. Seria tão simples se tudo fosse diferente, se ele não tivesse medo, se não fingisse... Mas quem disse que era fácil? O amor é difícil e é complicado. “sempre sentira que era muito, muito perigoso viver, por um só dia que fosse” *. A sua flor não era a mesma que ele queria dar de presente a ela. A flor que ele possuía era feita de pano, vivia guardada no bolso, à espera de uma oportunidade. A sua bela, essa era de verdade, saía do coração e era a única chance dele de encarar a vida e viver de verdade, pois nunca se dera conta de que a vida imaginária não era um sonho, mas sim um pesad(elo). A vida é, na verdade, algo difícil de encarar. O mais difícil era admitir seu amor, sua paixão e sua devoção. Era mais fácil se entregar ao fascínio de outras mulheres e tentar mentir a si mesmo que ela não era importante. O que ele não contava é que sua bela um dia resolveria fugir e tentar ser feliz. Então, o que ela não compreendera era que a felicidade que ela tentava dar a ele era engolida e sentida como o fel. Para quem tem medo de amar, o amor enfraquece e não fortalece. Ela sempre tivera vários pensamentos a respeito dele. “e era feliz sem ela, nada poderia fazê-la feliz sem ele! Nada! Era um egoísta. Assim são os homens” *. Após a passagem recém-chegada da vida para a morte, a conclusão dele era bem simples: “a vida nada tem a ver com rosas”*.
Nota: * trechos retirados do livro Mrs. Dalloway, de Virgínia Woolf.
Por Juliana Belo
3 comentários:
Melancólico...diria até que meloso, mas o que fazer, quando duas pessoas que supostamente se amavam tendem ao fim?
Ai,ai... amores!São como a pétala que despedaça: um dia cravados na rosa em outro migalhas, restos, sobras. Como diriam os realista: a coisa latrinária.
Amiga, como sempre você revela a outra face das pessoas e situações, embora eu não tenha concordado em alguns pontos com esse texto, ainda sim tu és ótima analista (ou seria "alienista"?)
Parabéns!
Ops...é realistaS!
Como diria o poeta:
"foi por amor, o assassinato da flor..."
Adorei as palavras!!
Postar um comentário