segunda-feira, 22 de junho de 2009

Estágio




Experiência que não tem palavras para descrever o quanto isso foi bom e gratificante.



Por Brenna, a pata e Juliana Belo

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Encontro Marcado

Como ela havia previsto, encontraram-se. E ficaram calados à espera de um gesto, uma palavra, uma atitude. Pareciam os únicos seres no planeta. Ao se olharem, ele percebera que havia fogos de artifício atrás dela, o que contrastava com a alvidez e a maciez daquela pele. Do outro lado, o que ela viu dava ainda mais brilho ao tom ébano, pois à noite, as estrelas só confirmavam o que já estava claro. Desta forma, os dois tinham a certeza que este era o encontro ideal. Estavam mesmo sozinhos no mundo. Nada mais importava a eles. Após os segundos mais longos de ambas existências, ela decidira entregar-se a este Deus que carrega consigo mistério, sensualidade e cujas tranças laçaram-na no reino da fantasia e do desejo "no seu corpo me embalo, me embolo". Em meio a tantos pensamentos e sensações, ele realmente fora o responsável pela inexistência de Eolo "a única coisa que sei é que o ar me falta". Ela sorria de olhos fechados, pois seu presente finalmente havia sido dado. "queria muito poder te presentear".Em forma de agradecimento, ela ofereceu-lhe o mais doce dos chocolates. Contudo, já não desejavam mais sublimar o que dantes era proibido. Desta vez brincaram, lambuzaram, gozaram de felicidade e de prazer. "me ama, me chama, me inflama. Sou tua ama, tua cama, tua dama". Ao amanhecer, ela acordou e levantou o canto esquerdo da boca (num sorriso lamentoso e angustiado), como sempre fizera ao sair do mundo dos sonhos.



Por Juliana Belo



[dedicado a ELE, meu muso]

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Diário do pensador sem fronteiras


Depois de um longo período afastadas, ou melhor, retiradas para repensar e refazer nossos pensamentos e divagações, o De repente, Pagu volta a postar textos. Infelizmente ou felizmente, não sei ao certo, o texto não é nosso. Todavia, é uma produção bem-humorada e interessante de um grande escritor, o Millor Fernandes. Trata-se de uma reflexão e uma brincadeira com as frases mais famosas de certos pensadores e ditados populares. Quem nunca disse uma delas está mentindo, é claro. Espero que todos gostem.

"O coração tem razões que a razão desconhece." Tudo bem, doutor Pascal, mas não se esqueça que a razão tem emoções de que o coração nem suspeita.
"O inferno são os outros." Sartre dizia isso, com sua habitual falta de autocrítica. Mais racional, completo: "Certo, messiê, mas falta dizer: "O céu também".
"Ouço a toda hora pobre e rico, preto e branco, brilhante e medíocre repetindo: "Da morte ninguém escapa!"
Mentira. Da morte todo mundo escapa. O morto nunca sabe que está morto. Quem tem medo da morte e faz essas frases está bem vivo. Da vida é que ninguém escapa.
"Não confie em ninguém com mais de trinta anos", slogavam os hippies . Mas eu me pergunto: "Por que confiar em dimenor?"
"Arte é coisa mental", explicava Da Vinci, mas como se explica tanto idiota pintando, compondo e tocando?
"Só sei que nada sei." Sempre me parece frase dita por um corno manso.
"Penso, logo existo." É frase de moribundo.
"À noite, todos os gatos são pardos." Depois do sucesso dessa negada aí do timbalada, as meninas tão dando pra turma, adoidadas. E murmuram: "À noite todos os pardos são gatos".


Postado por Juliana Belo

Nota: texto publicado originalmente na Revista Veja, edição 2110-n°17. 29 de abril de 2009