Quero ter-te. Meu corpo clama, chama e inflama pelo Teu. Incomoda-me a indefinição de tudo o que sinto. “Se pudesse te dizer aquilo que nunca te direi tu terias que me explicar aquilo que nem eu mesmo sei**. Sei que não é amor puro tal como Orfeu e Eurídice, pois tens gosto de fruta mordida”. O veneno que penetrou meu corpo paralisou-me da mesma forma ocorrida àquela cujo tom de pele assemelha-se à neve. “Quero-te com voracidade”. Adoro quando me chamas de moça, de menina. Pela primeira vez percebi o quanto é bom se sentir criança. “Adoro provocar-te. Então imagino-nus. Sou tua Ofélia. Quero (en)cantar-te em versos e canções.” És meu mouro e sou tua Desdêmona. Não. Não me sufocaste com ciúmes doentios. Fui sufocada com tua presença”. Até o que não me agrada em ti me enlouquece. Não suporto tua prudência. Tua cautela em respostas curtas tem efeito longo. Odeio teu aspecto pensativo e reflexivo. “Não quero pensar, quero sentir. Ai, a maldita dialética pessoana. Penso sentindo, sinto pensando. Não! Entre sentir e pensar escolho sentir. Mas não posso ficar sem ti”.
[dedicado a ELE, o moço. Aquele que não posso ter]
Notas:
*Sim, está relacionado ao cd de Marisa Monte. E tudo mais que há nele e não está aqui
** Quadras ao gosto popular, de Fernando Pessoa
Por Juliana Belo
Um comentário:
Nossa!!!!
Cada palavra do texto me sensibilizou! É tudo o que eu sinto! To chocada até agora... quero decorá-lo e repetí-lo a alguém que mereça!
Só isso!
=O
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