segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Pagu interrogativa


Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Coisas que ela jamais pensara ocorrer... Ei, mas espera aí: se esse é um texto sobre o que se passa na vida dessa Pagu que vos fala, por que escrever em 3ª pessoa?...Já sei, é arriscar demais!

Ouvi o quê, enquanto AMIGAS,
Não podiam mais me esconder
Pernas bambas
CORAÇÃO na boca
Nada mais

O que VOCÊ vai fazer?
Não sei
O que EU vou fazer?
Não sei
Preciso PENSAR, me ORGANIZAR

Usei OUTRO tom
ELE não entendeu
Contei que já sabia [de tudo]
Ele não respondeu
SILÊNCIO!

Dele ainda espero uma explicação, embora não tenha a intenção de continuar ou terminar... Optei por COMEÇAR: arrisquei!
Se for ou não VERDADE, já nem tem importância. Sou LIVRE e quero PERMANECER assim por muito tempo. Fazendo TROCAS, PROVOCANDO sensações, AJUDANDO quem precisar, mesmo que essa ajuda seja para o meu próprio EU.
Egoísta, atrevida, cara-de-pau, PAGU! Não esperem resposta: sou um ponto de INTERROGAÇÃO.


Lívia de Oliveira


P.S: seriam tantas as notas que é melhor nem começar a listar, só quero agradecer a cobrança da minha amiga Brenna. Sem ela esse texto não teria saído, não desmerecendo as outras, mas é que essa Patinha me fez reparar uma novidade: mesmo na dor eu não escrevi, e olha que meus melhores textos saíram daqueles momentos desolé! Mas, como a vida é cheia de surpresas... “eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche!”, Lobão.

domingo, 23 de agosto de 2009

A mala

Foste destinada a ser nossa mãe. Dentre todas as integrantes do grupo, sempre te preocupaste com nossa saúde e nosso bem-estar. Por este motivo, te apelidamos de mamãe-mala. E todos nós sabemos o quanto mãe é chata, né? Porém, agora recorro a uma obra literária para demonstrar que nem sempre a mala possui conotação negativa. Ao escrever minha monografia, li o romance Terra Sonâmbula, do moçambicano Mia Couto e nele tem um episódio que despertou minha atenção: dois refugiados encontram numa mala dois alimentos que são espiritual e biológico. O que quero deixar claro nessa minha pequena homenagem é que esta querida amiga que chamamos carinhosamente de mamãe-mala nos reservou e ainda reserva muitos alimentos. É nessa mala que temos abrigada uma amizade que nos alegra, nos eleva e nos dá conforto, que é o mesmo proporcionado por uma mãe. Neste dia tão especial que é o teu aniversário, te desejamos tudo de bom, querida amiga. E esperamos mesmo que nesta mala possam caber ainda muitas coisas maravilhosas. Torcemos que nela sejam guardadas muitas lembranças, muita amizade e lealdade. E que esta mala nunca fique cheia e nem feche, pois sempre haverá coisas boas a serem colocadas nela.




Por Juliana Belo, representando o De repente, Pagu.
[dedicado a nossa mamãe Andréia Dellano.Amamos-te, como sempre]

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Carta aos leitores do De repente, Pagu!

Informamos aos amigos, leitores e a quem mais interessar que as Pagus estão passando por um momento de intensas descobertas e revelações, por isso não estão produzindo tanto quanto gostariam.
Sabemos que nosso blog é bastante visitado, por isso, por favor, não se aborreçam; não pensem que é falta de compromisso nossa “ausência momentânea”. Uma parte de nosso grupo (a maioria) está encerrando mais uma etapa: a graduação no curso de Licenciatura em Letras.
Período passado Juliana enfrentou os mesmos obstáculos que hoje eu (Lívia), Brenna, Carolina e Andréia estamos a superar, com o agravante de também estar no estágio. É, aquele mesmo proposto pelo currículo da universidade, sabe?! Tudo bem que ela é uma puta de uma cabeçuda que deu conta das duas coisas e ainda se preocupava com o blog... mas devo ressaltar que a monografia dela (trabalho de conclusão de curso) estava engatilhada há muuuiiiito tempo em virtude do grupo de estudos que ela sempre participou e, também, pelo fato de já tê-la iniciado um período anterior ao de sua defesa, isto é, ela começou a escrever em 2008.2, terminou e defendeu em 2009.1 (os amigos universitários entendem os números,né?!).
Diferente de muitos blogs por aí, o nosso foi construído com o objetivo de compartilhar experiências. Não fazemos questão de abordar um assunto só (ou um só assunto!). Publicamos trabalhos que já nos renderam boas notas e bons comentários dentro e fora da academia. Poesias, crônicas, dicas do mundo das artes, pontos de vista... uma infinidade de coisas. Às vezes somos críticas demais (dentro do próprio grupo); brutas com quem não nos entendem; sinceras dentro da ficção; exageradas SIM, e daí?!... necessitamos do calor que só é alcançado com a experiência na pele nua. É meus caros, as Pagus têm uma vida além blog! E por se tratar de um canal feito por “professorinhas”, precisamos falar para que todos possam nos compreender, por isso uma gíria aqui, uma oralidade transcrita ali... fazemos uso do que aprendemos em sala. Acredite!
Esclarecido isso, deixo aqui nossas sinceras desculpas, mas prometemos produzir muito mais depois que tudo isso passar!
Beijos e até já!

Lívia de Oliveira

P.S.: Juliana, Carolina e Brenna estão trabalhando, assim como Andréia já faz há quase um ano. Eu não sou “vagal”, sou filha única! E por motivos vários, estou empenhada somente na monografia. ;D

domingo, 9 de agosto de 2009

Memórias, Crônicas e Declarações de Amor*

Quero ter-te. Meu corpo clama, chama e inflama pelo Teu. Incomoda-me a indefinição de tudo o que sinto. “Se pudesse te dizer aquilo que nunca te direi tu terias que me explicar aquilo que nem eu mesmo sei**. Sei que não é amor puro tal como Orfeu e Eurídice, pois tens gosto de fruta mordida”. O veneno que penetrou meu corpo paralisou-me da mesma forma ocorrida àquela cujo tom de pele assemelha-se à neve. “Quero-te com voracidade”. Adoro quando me chamas de moça, de menina. Pela primeira vez percebi o quanto é bom se sentir criança. “Adoro provocar-te. Então imagino-nus. Sou tua Ofélia. Quero (en)cantar-te em versos e canções.” És meu mouro e sou tua Desdêmona. Não. Não me sufocaste com ciúmes doentios. Fui sufocada com tua presença”. Até o que não me agrada em ti me enlouquece. Não suporto tua prudência. Tua cautela em respostas curtas tem efeito longo. Odeio teu aspecto pensativo e reflexivo. “Não quero pensar, quero sentir. Ai, a maldita dialética pessoana. Penso sentindo, sinto pensando. Não! Entre sentir e pensar escolho sentir. Mas não posso ficar sem ti”.


[dedicado a ELE, o moço. Aquele que não posso ter]

Notas:
*Sim, está relacionado ao cd de Marisa Monte. E tudo mais que há nele e não está aqui
** Quadras ao gosto popular, de Fernando Pessoa


Por Juliana Belo

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O caso D. Juan

Carlos no entanto, fumando preguiçosamente, continuava a falar na Gouvarinho e nessa brusca saciedade que o invadira, mal trocara com ela três palavras numa sala. E não era a primeira vez que tinha destes falsos arranques de desejo, vindo quasi com as formas do amor, ameaçando absorver, pelo menos por algum tempo, todo o seu ser, e resolvendo-se em tédio, em «seca». Eram como os fogachos de pólvora sobre uma pedra; uma fagulha ateia-os, num momento tornam-se chama veemente que parece que vai consumir o Universo, e por fim fazem apenas um rastro negro que suja a pedra. Seria o seu um desses corações de fraco, moles e flácidas, que não podem conservar um sentimento, o deixam fugir, escoar-se pelas malhas laças do tecido reles?

- Sou um ressequido! disse ele sorrindo. Sou um impotente de sentimento, como Satanás... Segundo os padres da igreja, a grande tortura de Satanás é que não pode amar...

- Que frases essas, menino! murmurou Ega.

(...)
Depois vindo plantar-se diante de Carlos, de monóculo no olho:

- Tu és extraordinário, menino!... Mas o teu caso é simples, é o caso de D. Juan. D. Juan também tinha essas alternações de chama e cinza. Andava á busca do seu ideal, da sua mulher, procurando-a principalmente, como de justiça, entre as mulheres dos outros. E après avoir couché, declarava que se tinha enganado, que não era aquela. Pedia desculpa e retirava-se. Em Espanha experimentou assim mil e três. Tu és simplesmente, como ele, um devasso; e hás-de vir a acabar desgraçadamente como ele, numa tragédia infernal!

Esvaziou outro copo de Champagne, e a grandes passadas pela sala:

- Carlinhos da minha alma, é inútil que ninguém ande à busca da sua mulher. Ela virá. Cada um tem a sua mulher, e necessariamente tem de a encontrar. Tu estás aqui, na Cruz dos Quatro Caminhos, ela está talvez em Pekin: mas tu, aí a raspar o meu reps com o verniz dos sapatos, e ela a orar no templo de Confúcio, estais ambos insensivelmente, irresistivelmente, fatalmente, marchando um para o outro!... Estou eloquentíssimo hoje, e temos dito coisas idiotas. Toca a vestir. E, em quanto eu adorno a carcassa, prepara mais frases sobre Satanás!

(Trecho de Os Maias - Eça de Queirós)
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Por Brenna, A Pata