Depois de um longo período afastadas, ou melhor, retiradas para repensar e refazer nossos pensamentos e divagações, o De repente, Pagu volta a postar textos. Infelizmente ou felizmente, não sei ao certo, o texto não é nosso. Todavia, é uma produção bem-humorada e interessante de um grande escritor, o Millor Fernandes. Trata-se de uma reflexão e uma brincadeira com as frases mais famosas de certos pensadores e ditados populares. Quem nunca disse uma delas está mentindo, é claro. Espero que todos gostem.
"O coração tem razões que a razão desconhece." Tudo bem, doutor Pascal, mas não se esqueça que a razão tem emoções de que o coração nem suspeita.
"O inferno são os outros." Sartre dizia isso, com sua habitual falta de autocrítica. Mais racional, completo: "Certo, messiê, mas falta dizer: "O céu também".
"Ouço a toda hora pobre e rico, preto e branco, brilhante e medíocre repetindo: "Da morte ninguém escapa!"
Mentira. Da morte todo mundo escapa. O morto nunca sabe que está morto. Quem tem medo da morte e faz essas frases está bem vivo. Da vida é que ninguém escapa.
"Não confie em ninguém com mais de trinta anos", slogavam os hippies . Mas eu me pergunto: "Por que confiar em dimenor?"
"Arte é coisa mental", explicava Da Vinci, mas como se explica tanto idiota pintando, compondo e tocando?
"Só sei que nada sei." Sempre me parece frase dita por um corno manso.
"Penso, logo existo." É frase de moribundo.
"À noite, todos os gatos são pardos." Depois do sucesso dessa negada aí do timbalada, as meninas tão dando pra turma, adoidadas. E murmuram: "À noite todos os pardos são gatos".
Postado por Juliana Belo
Nota: texto publicado originalmente na Revista Veja, edição 2110-n°17. 29 de abril de 2009
"O coração tem razões que a razão desconhece." Tudo bem, doutor Pascal, mas não se esqueça que a razão tem emoções de que o coração nem suspeita.
"O inferno são os outros." Sartre dizia isso, com sua habitual falta de autocrítica. Mais racional, completo: "Certo, messiê, mas falta dizer: "O céu também".
"Ouço a toda hora pobre e rico, preto e branco, brilhante e medíocre repetindo: "Da morte ninguém escapa!"
Mentira. Da morte todo mundo escapa. O morto nunca sabe que está morto. Quem tem medo da morte e faz essas frases está bem vivo. Da vida é que ninguém escapa.
"Não confie em ninguém com mais de trinta anos", slogavam os hippies . Mas eu me pergunto: "Por que confiar em dimenor?"
"Arte é coisa mental", explicava Da Vinci, mas como se explica tanto idiota pintando, compondo e tocando?
"Só sei que nada sei." Sempre me parece frase dita por um corno manso.
"Penso, logo existo." É frase de moribundo.
"À noite, todos os gatos são pardos." Depois do sucesso dessa negada aí do timbalada, as meninas tão dando pra turma, adoidadas. E murmuram: "À noite todos os pardos são gatos".
Postado por Juliana Belo
Nota: texto publicado originalmente na Revista Veja, edição 2110-n°17. 29 de abril de 2009
3 comentários:
Esse Millor Fernades não existe! hahaha Pensa em cada coisa...
Olá mulher, ainda não olhei seu blog porque estou desacelerando o semestre agora. Estou naquela fase pós-gozo, pós sono, pós-tudo. Vi meu blog hoje e fiquei super feliz com seu convite. Assim faremos. Deixa-me acordar amanhã para começarmos nossa Ilíada no espaço virtual. Tomara que não tenha volta. Penso, blog, existo. Beijos,
Rafael dos Prazeres
Carol, sua saliente, dizer que Millôr Fernandes não existe é duvidar que alguém com apenas o ensino primário seja capaz de botar um desses intelectuais prêt-a-porter no bolso... ;D Valeu, Juju, pela postagem!
Saudações verdes
Lázaro
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