terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Clichê

Sentada, continuava a questionar-se sobre o que tinha ocorrido há dois dias atrás. Uma conversa cheia de sentimentos com a pessoa que ela jurava estar apaixonada. Foi confuso no começo, pois a criatura não queria revelar-se e depois descobrir que o esforço da verdade não valera de nada!... Contudo, surpresas acontecem.

Assim, de repente, ele começa a desvirtuar os rumos que aquela conversa tomara. Ela, atônita com o que acontecia, tentava não revelar verdades demais, “é muito arriscado!”, disse-lhe uma amiga. Mas ela seguiu o seu homem, o seu coração.

Ambos revelaram desejos, segredos guardados em baús do passado. Ela, contente por ver sua verdade compartilhada, começara a fazer planos, tecer sonhos. Pobre criatura! Ele, inebriado de todas as sensações das quais sofrem os apaixonados, revelou-lhe outros, que por agora, não poderiam se concretizar.

E pensava estar mais calma, ciente do que ocorrera há dois dias, no entanto aqueles calafrios ao vê-lo só aumentavam, ou pelo menos se estagnaram. Tal intensidade (e intenção) crescia, a ponto de não poderem mais. Entregaram-se.

Enquanto ele apagava a luz, mil coisas passavam por sua cabeça, e só uma pergunta restava: ”por que só agora?”... Ela, por sua vez, relembrava o que em diversas ocasiões ouvira de outros apaixonados: “tudo que é proibido...” e não sentiu necessidade de completar. A noite só estava começando.

Confessaram-se um ao outro como um dia fizeram Blimunda e Baltazar, Julieta e Romeu. O primeiro, verdadeiro; o seguinte, proibido. Ambos consumados. Mas o dela, o daquela noite, não. Menos por pudor do que por desejo.

Os calores foram os mesmos, os beijos ardentes foram os mesmos, o sentimento é que era maior. Ela acreditou ser àquela noite; ele acreditou que seria o primeiro e, no fim, era apenas o começo. Vestiram-se. Ao sair confirmou o que ele já sabia e que o desejo dos corpos abafara: “não quero ser a número 2”.

Quando já estava prestes a descer as escadas, deu um último olhar aquele que era seu passado, presente, porém não o futuro. Pelo menos por agora.


Lívia de Oliveira

7 comentários:

Brenna, A Pata. disse...

vou chorar!!!!

=}

Anônimo disse...

Nem preciso dizer que não me conformo com tudo isso...

Unknown disse...

Vc sabe eu sempre que posso faço uma leitura dos texto que vc coloca no Blog, hem Livia Maria???
Meu Deues que detalhes são esses???
Vc não colocou a mentira do e-mail de Domingo pq???
TSM...

Lica de Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lica de Oliveira disse...

Não vi nenhuma mentira no e-mail de domindo.Tudo aquilo é verdade.
E obrigada por ler meus textos.

leocesar disse...

Gostei da sinceridade do texto. Coisas de Livia!
=***

Lica de Oliveira disse...

Email de dominGo...ai,ai... eu e o meu letramento!

Valeu Leo! o/